Com R$ 69 milhões investidos, Saúde de Bragança Paulista exibe números robustos — mas desafios seguem visíveis nas filas e na rotina das unidades 6s5619

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Foto: SECOM
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A Secretaria Municipal de Saúde de Bragança Paulista apresentou, na última quarta-feira (21), sua prestação de contas referente ao primeiro quadrimestre de 2025. O balanço, feito durante audiência pública na Câmara Municipal, revelou um dado de impacto: R$ 69,2 milhões investidos em saúde entre janeiro e abril, com 71% do valor bancado pelo próprio município.

Isso significa que a cidade aplicou 19,7% da receita líquida em saúde, quase cinco pontos acima do mínimo constitucional de 15%. Números que impressionam no papel — mas que na prática ainda esbarram nos já conhecidos gargalos da rede pública.

A apresentação foi feita pelo coordenador do Fundo Municipal de Saúde, Thiago dos Reis Ratis, e pela diretora do Departamento Hospitalar, Lisamara Negrini. A dupla destacou os volumes de produção e reforçou o compromisso da gestão com a ampliação dos atendimentos.

Excesso de produção ou reflexo da demanda reprimida? 4a3j1v

Só no primeiro quadrimestre foram realizadas:

  • 92.070 consultas médicas
  • 64.376 procedimentos de enfermagem
  • 78.311 atendimentos odontológicos
  • 7.704 visitas domiciliares por profissionais da saúde
  • 124.082 visitas domiciliares por agentes comunitários

Ou seja, uma média de quase mil atendimentos por dia útil apenas na atenção básica. Um volume que, por um lado, mostra esforço e entrega — mas por outro, levanta um alerta: há uma demanda reprimida ou um sistema operando no limite?

Procedimentos e medicamentos: a conta não para de crescer 6n4159

Nos exames e cirurgias, os números também chamam atenção:

  • 350.562 exames laboratoriais
  • 43.391 exames laboratoriais em UPAs
  • 42.796 exames de imagem eletivos
  • 40.186 exames de imagem nas unidades de urgência e emergência
  • 1.583 cirurgias eletivas, feitas na Santa Casa e por meio de convênios

No campo da farmácia, o dado é quase inacreditável: 17.906.496 unidades de medicamentos foram distribuídas em quatro meses. Isso significa, em média, cerca de 149 mil unidades por dia útil — reflexo da centralidade da Assistência Farmacêutica na vida dos moradores.

E o atendimento? 5x5i2h

Apesar dos números expressivos e do alto investimento, a população ainda encontra dificuldades: filas, esperas longas por exames, sobrecarga dos profissionais e queixas em unidades básicas continuam frequentes.

A gestão municipal garante que os recursos estão sendo bem aplicados. Mas os números — por mais altos que sejam — ainda não conseguem contar tudo. A pergunta que fica é: a saúde melhorou no dia a dia de quem precisa dela ou apenas nos relatórios?